Fotógrafa mexicana Graciela Iturbide vence o Prêmio Princesa das Astúrias das Artes
A visão inovadora e profunda da fotógrafa mexicana Graciela Iturbide foi homenageada nesta sexta-feira (23) com o Prêmio Princesa das Astúrias de 2025 para as Artes, para quem as imagens poderosas da fotógrafa mexicana nos convidam "a olhar além do que é visível".
O júri também elogiou o "mundo único" de Iturbide, que abrange "do primitivo ao contemporâneo; da dureza da realidade social à magia espontânea do momento", de acordo com a ata que acompanha a decisão do prêmio, organizada pela Fundação Princesa das Astúrias, herdeira do trono espanhol.
Nascida em 16 de maio de 1942 na Cidade do México, Iturbide começou a estudar cinema, mas se interessou por fotografia após frequentar aulas com Manuel Álvarez Bravo (1902-2002), contemporâneo e amigo de gigantes como o francês Henri Cartier-Bresson.
A jovem fotógrafa começou a acompanhá-lo por todo o México no início da década de 1970, mas logo seguiu seu próprio caminho, o que a levou a explorar profundamente seu país, assim como vários lugares na América Latina e ao redor do mundo, retratados em suas icônicas imagens em preto e branco.
"Para mim, as fotos são a forma (...) de conhecer o mundo. E você vai do ser humano para a paisagem. E agora o começo do mundo", disse ela em entrevista à AFP em 2022.
- "Paixão e disciplina" -
Com uma produção premiada, Iturbide é autora de obras clássicas da fotografia contemporânea, como sua série sobre os índios seri no deserto de Sonora (noroeste do México, 1978), ou seu livro "Juchitán de las mujeres", sobre uma cidade no estado de Oaxaca, no sul do país.
Suas lentes, no entanto, também produziram outras imagens aclamadas capturadas ao redor do mundo, como a série sobre a Índia que ela fez com o brasileiro Sebastião Salgado.
"Para ser um bom fotógrafo, você precisa de paixão e disciplina, nada mais. E pode ser aí na sua casa, se você quiser. Mas, claro, se você quiser ver o mundo e tiver uma câmera, isso é maravilhoso", explicou em entrevista à AFP.
Seu trabalho foi exibido em centros de arte de renome mundial, como o Centro Pompidou em Paris e o Museu de Arte Moderna de São Francisco, e lhe rendeu inúmeros prêmios.
Oficial da Ordem das Artes e Letras da França e doutora honoris causa pelo Columbia College em Chicago, Iturbide também recebeu o Prêmio Nacional de Ciências e Artes do México e o Prêmio William Klein da Academia sa de Belas Artes.
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