Netanyahu reforça segurança em embaixadas após ataque a diplomatas em Washington
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira (22) que ordenou o reforço da segurança em missões diplomáticas israelenses no exterior, após a morte de dois funcionários da embaixada do país em Washington. Eles foram mortos a tiros do lado de fora do Museu Judaico da capital americana.
"Determinei o reforço da segurança nas missões israelenses ao redor do mundo e a ampliação da proteção aos representantes do Estado", disse Netanyahu. "Estamos vendo o custo do antissemitismo e da incitação à violência contra Israel", completou.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, disse estar "profundamente abalado". "Foi um ato de ódio e antissemitismo que tirou a vida de dois jovens funcionários da embaixada", afirmou em nota. "Estados Unidos e Israel permanecerão unidos na defesa de nossos povos e valores. O terrorismo e o ódio não nos vencerão."
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, classificou o ataque como "terrorista" e disse estar em contato com autoridades americanas. "Israel não cederá ao terrorismo", escreveu na rede X.
Segundo autoridades dos EUA, o ataque ocorreu na noite de quarta-feira (21), por volta das 21h no horário local.
As vítimas, um homem e uma mulher que estavam prestes a ficar noivos, foram baleados à queima-roupa ao sair de um evento promovido pelo Comitê Judaico Americano no Museu Judaico. O encontro reunia jovens profissionais judeus e membros da comunidade diplomática.
"O jovem havia comprado um anel com a intenção de pedir sua namorada em casamento na próxima semana, em Jerusalém", explicou Yechiel Leiter, embaixador israelense nos EUA.
A chefe da polícia de Washington, Pamela Smith, informou que o suspeito, identificado como Elias Rodriguez, 30, foi detido no local. Ele teria gritado "Libertem a Palestina" ao ser preso. Ele mesmo indicou à polícia onde havia deixado a arma do ataque.
Reações
O presidente dos EUA, Donald Trump, condenou rapidamente o ataque. "Esses assassinatos, claramente motivados por antissemitismo, precisam parar agora", escreveu em sua rede Truth Social. "Ódio e radicalismo não têm lugar nos Estados Unidos", diz mensagem, publicada pela conta da Casa Branca no X.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, disse estar "chocada". "O ódio, o extremismo e o antissemitismo não têm e não devem ter lugar em nossas sociedades", afirmou ela em uma postagem na rede X.
O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, classificou o ato de "antissemita". "Estou consternado com a notícia da morte dos dois funcionários da embaixada de Israel. Nossos pensamentos estão com os familiares das vítimas", escreveu.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, e o chanceler britânico, David Lammy, também se manifestaram, classificando o ato de "violência antissemita" e "crime horrível".
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, condenou "com veemência as cenas de terror e violência".
"O antissemitismo deve ser combatido; os horrores do ado não podem se repetir", escreveu ele em sua conta na rede X, acrescentando estar "solidário" com Israel.
"Confiamos nas autoridades americanas para tomar medidas firmes contra os responsáveis", disse o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon.
Segundo o FBI, o ataque foi um "ato de violência direcionada". A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, e a promotora do Distrito de Columbia, Jeanine Pirro, estiveram no local.
O governo israelense tem sido alvo frequente de críticas internacionais pela ofensiva militar na Faixa de Gaza, que começou após o ataque do grupo Hamas em 7 de outubro de 2023 e destruiu o enclave.
(Com informações da AFP)