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Negociações entre EUA e Irã sobre programa nuclear são retomadas em Roma

23/05/2025 12h10

Negociadores do Irã e dos Estados Unidos se reúnem nesta sexta-feira (23) em Roma para uma quinta rodada de discussões sobre o programa nuclear iraniano. As conversas, que começaram em abril, são as primeiras desde que Washington abandonou o acordo assinado em 2015 com o país. 

As agências de notícias iranianas Tasnim, Fars e Isna informaram às 14h pelo horário local (9h em Brasília) o início das negociações, sob mediação de Omã, entre o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, e o enviado americano para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

A chegada dos negociadores na Embaixada de Omã em Roma teve a presença de manifestantes em frente ao prédio.  

A etapa anterior das conversas, em Mascate, capital de Omã, foi marcada por divergências sobre o enriquecimento de urânio. Witkoff disse que Washington "não poderia autorizar nem sequer um por cento de capacidade de enriquecimento".

Já Teerã considera a postura de Washington "inaceitável", já que a atividade é compatível com um programa nuclear com fins civis. Antes das discussões desta sexta-feira, Araghchi afirmou que "há diferenças fundamentais" e advertiu que, se o governo dos Estados Unidos quiser impedir o Irã de enriquecer urânio, "não haverá acordo".

Desde seu retorno à Casa Branca, Donald Trump retomou a campanha de "pressão máxima" sobre o Irã e, embora apoie as discussões, já advertiu que haverá ações militares se a diplomacia fracassar. Por sua vez, o Irã busca um novo acordo que flexibilize as sanções que afetam sua economia.

Irã intensificou suas atividades nucleares

O encontro de Roma acontece antes da reunião de junho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e da expiração em outubro do acordo de 2015.

O texto, assinado após anos de negociações da comunidade internacional, buscava impedir que o Irã desenvolvesse uma bomba nuclear, como temem alguns países ocidentais, embora Teerã negue ter este objetivo.

Em troca da limitação de seu programa nuclear, o Irã recebeu na época um alívio das sanções internacionais. O acordo, no entanto, perdeu força em 2018 quando Trump retirou unilateralmente os Estados Unidos do pacto. Em resposta, Teerã intensificou suas atividades nucleares.

Atualmente, o Irã enriquece urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo, mas abaixo dos 90% necessários para desenvolver armas nucleares.

(Com AFP)

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