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Lula e ministros lamentam morte de Sebastião Salgado: 'Perdi um amigo'

Sebastião Salgado e sua mulher, Lélia, com Lula, Dilma e Haddad - Ricardo Stuckert
Sebastião Salgado e sua mulher, Lélia, com Lula, Dilma e Haddad Imagem: Ricardo Stuckert
do UOL

Do UOL, em São Paulo

23/05/2025 12h59Atualizada em 23/05/2025 15h19

Políticos lamentaram a morte de Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos do mundo, conhecido por seus trabalhos em preto e branco que ilustravam trabalhadores, desastres naturais e as intervenções humanas na Amazônia.

O que aconteceu

O presidente da República pediu um minuto de silêncio pela morte de Salgado. Lula participava de um evento com o presidente de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, em uma visita de Estado a Brasília. "Ficamos sabendo de uma notícia muito triste", disse o presidente. "Queria pedir um minuto de silêncio pelo nosso fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado —se não o maior, um dos maiores e melhores fotógrafos que o Brasil já produziu."

Lula presenteou o angolano com uma fotografia feita por Salgado. Por coincidência, a entrega do presente já estava prevista. "Portanto, você vai receber a fotografia de um fotógrafo muito, muito especial que o planeta Terra produziu", disse Lula.

Lula publicou foto com Sebastião Salgado ao saber da sua morte - Ricardo Stuckert - Ricardo Stuckert
Lula publicou foto com Sebastião Salgado ao saber da sua morte
Imagem: Ricardo Stuckert

Salgado não usava apenas seus olhos e sua máquina para retratar as pessoas: usava também a plenitude de sua alma e de seu coração.

Seu inconformismo com o fato de o mundo ser tão desigual e seu talento obstinado em retratar a realidade dos oprimidos serviu, sempre, como um alerta para a consciência de toda a humanidade.
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva

Ministros também lamentaram a morte de Salgado. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, disse que recebeu com tristeza a notícia. Fernando Haddad, da Fazenda, escreveu que "perdeu um amigo".

O ministro dos Transportes, Renan Filho, lamentou a morte, mostrando um livro que recebeu autografado por Salgado no ano ado. "Me mandou um livro com suas fotografias da Amazônia", publicou ele no Twitter. "Veio com uma dedicatória linda e um pedido por um país mais justo e com mais oportunidades para todos."

O Brasil perdeu um dos maiores expoentes da fotografia mundial. A morte de Sebastião Salgado deixa uma lacuna irreparável no jornalismo brasileiro. Descanse em paz, companheiro.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Sua lente capturou a alma do mundo, com olhar humano, poético e profundamente transformador.
Margareth Menezes, ministra da Cultura

O Brasil se despede de um homem que nunca apontou a câmera à toa. Fotografou o que o mundo fingia não ver e transformou imagem em consciência.
Renan Filho, ministro dos Transportes

Em 2022, Salgado fez campanha para o presidente Lula. Em vídeo publicado na internet, ele pediu votos para o petista e criticou o governo Bolsonaro: "Não respeitou as comunidades indígenas, minorias e está armando de uma forma brutal a nossa sociedade."

Salgado e Lula se encontravam frequentemente, mesmo após a mudança do fotógrafo para Paris. Em 2020, na manhã do dia em que Lula recebeu o título de Cidadão Honorário da Prefeitura de Paris, ele se encontrou com Salgado e sua mulher, Lélia Wanick. A ex-presidente Dilma Rousseff e Haddad também estiveram presentes. O momento foi registrado por Ricardo Stuckert, fotógrafo do presidente.

Ministros do STF também lamentaram a perda

Cármen Lúcia classificou a morte de "Tião" como uma perda para a humanidade. "Enorme perda para o Brasil e para essa humanidade tão precisada de grandes humanidades como o Tião. Sebastião era Salgado apenas no sobrenome: um ser humano a mostrar uma doçura total, mesmo nas denúncias fotografadas das indignidades e feridas do mundo."

Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo, afirmou que Salgado é "patrimônio cultural brasileiro". "Há poucas semanas, ele me telefonou por uma questão que o preocupava. Ele tinha um olhar voltado para a proteção ambiental, para a proteção das comunidades indígenas, para outras causas importantes da humanidade", afirmou o ministro, em nota oficial.

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