'Genocídio branco': África do Sul rechaça acusações de Trump

A África do Sul não enfrenta um "genocídio" de brancos e as afirmações de que a maioria das vítimas de assassinatos em fazendas são dessa cor representam uma distorção das estatísticas, declarou o ministro de Polícia nesta sexta-feira (23).
A teoria conspiratória do genocídio é "totalmente infundada e completamente carente de provas", afirmou Senzo Mchunu, rejeitando as acusações de Donald Trump, que voltou a dizer na quarta-feira, durante conversas com o presidente Cyril Ramaphosa, que "milhares" de agricultores brancos foram assassinados.
"Os assassinatos em fazendas sempre incluíram africanos (negros) e em maior número" que brancos, acrescentou.
Apresentando as estatísticas trimestrais de criminalidade, indicou que dois proprietários de fazendas foram mortos entre janeiro e março de 2025, ambos negros.
Um residente de uma fazenda, dois funcionários agrícolas e um de fazenda perderam a vida em ataques em fazendas durante o trimestre. Apenas um - o morador - era branco, disse Mchunu.
Doze assassinatos em fazendas foram registrados entre outubro e dezembro de 2024, dos quais apenas uma vítima - um proprietário de fazenda - era branca, acrescentou o ministro.
Durante as conversas de quarta-feira no Salão Oval, Trump mostrou um vídeo e artigos que pretendiam apoiar suas acusações de "perseguição" e que a AFP verificou, encontrando diversos erros.
Os números registrados entre janeiro e março mostraram uma diminuição de 12% no número de assassinatos em comparação com o mesmo período do ano anterior, com 5.727 pessoas assassinadas em um país com mais de 64 milhões de habitantes.
Isso equivale a 63 homicídios por dia, frente a mais dos 75 diários durante o ano fiscal de 2023/24, segundo números policiais.
As vítimas são em sua maioria homens jovens negros que vivem em áreas urbanas.