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Bortoleto sente peso da história em Mônaco e mira carreira longa na F1

23/05/2025 11h48

Por Alan Baldwin

MÔNACO (Reuters) - O brasileiro Gabriel Bortoleto sente o peso da história enquanto se prepara para correr nas mesmas ruas de Mônaco que já foram dominadas por seu ídolo na Fórmula 1, Ayrton Senna.

O tricampeão mundial Senna, cuja morte em Ímola, em 1994, chocou o esporte, venceu um recorde de seis vezes no principado mediterrâneo, incluindo cinco consecutivas com a McLaren entre 1989 e 1993.

Bortoleto, também paulista e campeão da Fórmula 2 no ano ado, que também conquistou o título da Fórmula 3 na temporada anterior, será o primeiro brasileiro desde Felipe Massa em 2017 a iniciar a corrida.

O piloto da Sauber, de 20 anos, cuja equipe se tornará a equipe de fábrica da Audi no próximo ano, disse que seu pai lhe conta histórias sobre Senna desde sempre.

"Ele foi, e é, meu ídolo", disse o estreante na F1 em entrevista à Reuters. "Acredito que ele foi o maior. Acho que não apenas como piloto, mas como pessoa, o piloto brasileiro que mais fez pelo país, que mais fez por todos."

O legado, acrescentou ele, continua muito vivo, assim como a vontade do país de produzir outro vencedor e futuro campeão.

"Definitivamente, eu sinto isso, sabe, e é óbvio porque todo mundo que representa um país, e você é o único a fazer isso nesta categoria, você acaba sentindo isso dos torcedores e de todos", disse ele.

"Não importa em que posição estamos agora, porque tenho certeza de que vamos melhorar no futuro como equipe e tudo mais, mas ter alguém no grid é super importante para manter nosso país vivo nesse esporte."

SEM PONTOS

Bortoleto ainda não marcou nenhum ponto em sete corridas com a Sauber, atualmente a última entre as 10 equipes, mas ele não se importa com sua situação.

Ele tem o exemplo do empresário e mentor Fernando Alonso, bicampeão mundial com a Renault em 2005 e 2006, que ou por sua temporada de estreia em 2001 com a Minardi sem marcar pontos.

Alonso, que continua correndo aos 43 anos com a Aston Martin, também ainda não abriu sua contagem em 2025.

"Não é bom não ter pontos, mas eu realmente não me importo, porque minha meta na Fórmula 1 não é marcar um ponto e 'agora eu tenho um ponto na temporada'", disse Bortoleto.

"Minha meta aqui é me desenvolver e crescer como piloto, como vejo que estou fazendo, e um dia lutar por um campeonato e vencer."

"Não estou aqui para ser um cara que marca alguns pontos. Quem se lembra dessas pessoas que marcam um pouquinho de pontos e terminam em 13º lugar no campeonato?"

Bortoleto tem contrato até 2026 e disse que este ano será um ano de aprendizado.

Isso inclui ter que se afastar para carros mais rápidos -- como seu amigo, rival de corrida em simulador e tetracampeão mundial Max Verstappen -- quando as bandeiras azuis são agitadas.

"Não estou acostumado com isso, sabe, nunca recebi uma bandeira azul na minha vida antes da Fórmula 1", afirmou Bortoleto.

"Tenho certeza de que um dia, com sorte, estarei dando bandeira azul para as pessoas... você sabe que paciência é tudo e espero que minha carreira na Fórmula 1 não seja curta."

"Estou aqui para ficar por muito tempo e, em algum momento, tenho certeza de que terei um bom carro para entregar bons resultados e comemorar coisas boas com esta grande equipe que tenho por trás de mim", completou.

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