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OPINIÃO

O público não está sendo justo com 'Vale Tudo'

Maria de Fátima (Bella Campos) e Odete Roitman (Débora Bloch) em "Vale Tudo" - Angélica Goudinho/Globo
Maria de Fátima (Bella Campos) e Odete Roitman (Débora Bloch) em 'Vale Tudo' Imagem: Angélica Goudinho/Globo
do UOL

Chico Barney

21/05/2025 15h51

Tenho visto recorrentemente notícias a respeito dos problemas de audiência que "Vale Tudo" está enfrentando desde a estreia -um processo que se intensificou ao longo das últimas semanas.

Não raro, a novela é menos assistida que os outros folhetins inéditos da Globo, podendo até ficar perigosamente próxima das reprises do fim de tarde. Uma inversão do que sempre aconteceu, já que o horário das 21h costuma ser o mais prestigioso.

Mas acho que isso tudo é um pouco injusto com a novela. É claro que ela tem seus problemas, ora, o que é que não tem problema hoje em dia. Podemos discutir a abordagem de alguns assuntos, a falta de emoção de determinadas tramas, o roteiro, a direção e até algumas atuações. Ainda assim, é um produto que merecia ser muito mais visto -e discutido.

Porque novela é gostoso, nem que seja para falar mal! O que me incomoda nessa audiência de "Vale Tudo" é que a repercussão acaba sendo também impactada. É parte de um problema maior, acredito: uma crise que a TV aberta está ando como um todo, e ainda precisa entender quais estratégias vai adotar para superar.

As constantes comparações com a novela original podem ter atrapalhado a largada. Não ou de ruído: acho um absurdo usar o texto ou o elenco original como parâmetro para avaliar qualquer remake. Sempre serei contra o cânone! "Vale Tudo" de 2025 merece ser celebrada ou criticada pelos seus próprios méritos. Aquilo que foi realizado em 1988 está feito e jamais será mudado. Quem tiver saudades, é só ar o Globoplay. Agora é importante deixar o verbo delirar.

De qualquer forma, perdeu-se muito tempo debatendo os méritos das mudanças em relação à versão de Gilberto Braga e também as dificuldades de audiência. Prefiro mil vezes falar das tramas, sejam elas instigantes ou estapafúrdias. E é o que farei corajosamente neste espaço nas próximas oportunidades.

Bom, a menos que falar de audiência dê mais audiência que falar da história. Também preciso caprichar no meu horário nobre.

Voltamos a qualquer momento com novas informações.

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