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Fuja de uma roubada: 10 perguntas para você fazer ao comprar um carro

do UOL

Colunista do UOL

18/05/2025 12h00

Outro dia me vi vasculhando os classificados em busca de um carro usado — daqueles que imaginamos ser um achado, com baixa quilometragem, procedência confiável e preço justo. Mas aí bateu a dúvida: como puxar conversa com o vendedor sem parecer leigo e, ao mesmo tempo, não perder tempo com uma furada?

Foi então que resolvi organizar meu checklist pessoal, baseado em anos acompanhando especialistas e quebrando a cara algumas vezes também. Hoje eu compartilho com você as 10 perguntas que faço antes de sair de casa para ver um carro usado. Elas me pouparam tempo, dor de cabeça e, principalmente, dinheiro.

Carro usado pode ser um ótimo negócio — mas só quando a gente sabe onde está pisando. Se você está nessa jornada, anota aí esse roteiro. E boa sorte na sua caçada.

1. Documentação está no nome do vendedor?

Parece básico, mas é aí que muita gente se complica. Já vi caso de carro em nome de terceiros, de parente, de firma falida? sem falar em veículos com agem por leilão, histórico de sinistro, pendências de IPVA ou até financiamento ativo. Se você também pretende financiar, como eu, o carro precisa estar quitado. Simples assim.

2. Manutenção está em dia?

Essa é campeã. Sempre pergunto onde a manutenção foi feita — se em concessionária, oficina de confiança, se há notas e registros. A quilometragem do carro também entra aqui: já pergunto se os itens de desgaste (correia dentada, óleo de câmbio, velas) foram trocados. Afinal, não quero pagar caro por um carro só para descobrir que terei mais mil reais de manutenção na primeira semana.

3. Motor é original?

Gosto de carro com motor original. Respeito quem curte uma preparação, mas eu fujo de carro com remapeamento ou aumento de pressão de turbo. A chance de vir dor de cabeça depois é grande, especialmente se foi feito de forma caseira ou sem critério.

4. Já teve batida?

Essa eu sempre faço. Não só batidas estruturais, mas também repinturas. Tem gente que não se importa, eu já prefiro saber. Se foi batida leve, repintura bem feita, tudo bem. Mas carro remendado, com estrutura mexida, tô fora.

5. Tem muito detalhe estético?

O carro pode ter pintura original, mas estar cheio de ralado, riscos, amassados... E aí o barato sai caro, porque pintura boa custa. Sempre pergunto se tem algo a fazer na estética antes mesmo de marcar visita.

6. Como estão os pneus?

Parece bobagem, mas jogo de pneus pode custar caro, especialmente nos carros de rodas grandes — 17 ou 18 polegadas. Já pergunto se os pneus são novos, se estão carecas, se têm bolhas. Faço a conta e já incluo no meu cálculo.

7. Ar-condicionado funciona?

Indispensável. Seja carro novo, seja carro mais antigo, o ar-condicionado tem que funcionar. E não é só gelar — tem que esquentar também. Já entrei em carro "zerado", de três anos, com ar parado. Reparar sistema de ar não é barato.

8. Tem cheiro de cigarro?

Esse é um detalhe que muita gente esquece, mas que me incomoda muito. O cheiro de cigarro não sai fácil. Já tive carro assim e nunca consegui eliminar totalmente o cheiro. Então hoje pergunto logo de cara.

9. Carro tem seguro?

Essa pergunta é boa por um motivo simples: se o carro tem seguro ativo, é sinal de que ele ou por uma vistoria rigorosa. Seguradora não aceita qualquer carro. Não é decisivo, mas ajuda a construir confiança.

10. Posso levar o carro para avaliação?

Essa é o "teste final". Sempre pergunto se o vendedor topa levar o carro em um mecânico ou se posso chamar um avaliador. Se a resposta for negativa, acende um alerta. Porque, no fim das contas, quem não deve, não teme.

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