Abertura de inquérito contra Eduardo é erro duplo, diz advogado
O STF (Supremo Tribunal Federal) comete um erro duplo ao abrir um inquérito contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), avaliou o advogado criminalista Luís Francisco Carvalho Filho em entrevista ao UOL News hoje.
Ontem, Alexandre de Moraes aceitou o pedido feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e pediu a apuração de três crimes contra Eduardo, que estaria articulando sanções dos EUA ao ministro do STF.
Na minha visão, há dois erros. O primeiro é abrir um inquérito no qual se reforça a posição de uma suposta perseguição [a Bolsonaro]. Manter esse inquérito nas mãos daquele que seria a vítima da ação do governo dos Estados Unidos é ainda mais sem sentido.
Essa movimentação toda é um ato de espetáculo do Eduardo Bolsonaro. O Supremo e a PGR entraram nesse espetáculo sem avaliar as consequências disso. Luís Francisco Carvalho Filho, advogado criminalista
Na opinião de Carvalho Filho, a apuração aberta pelo STF beneficia Jair Bolsonaro por não deixar claro qual seria seu objetivo.
Pode-se esperar tudo do governo Trump. Ele tem feito loucuras, mas isso não tem nenhum sentido político. As sanções internacionais normalmente acontecem em casos de abuso de poder. Não vejo muito sentido nessa coisa.
Esse novo inquérito ajuda ainda mais o Bolsonaro, já que ele não possui finalidade jurídica muito evidente. Qual teria sido o crime praticado pelo Eduardo Bolsonaro? Luís Francisco Carvalho Filho, advogado criminalista
Josias: Episódio transforma Eduardo, figura reles, no centro do noticiário
A abertura de um inquérito no STF sobre Eduardo Bolsonaro deixa sob os holofotes um personagem que não mereceria tanta atenção, analisou o colunista Josias de Souza.
Sobra material para que essa investigação seja feita. Infelizmente, o subproduto desse inquérito, que foi aberto a pedido da PGR, é a valorização de um personagem reles como Eduardo Bolsonaro. Ele está pendurado nas principais manchetes por conta desse inquérito.
Eduardo não merecia tanta notoriedade, mas a movimentação dele tornou inevitável a abertura dessa investigação. Ele construiu um enredo paralelo e o levou aos EUA, ando a atuar para obter do governo Trump a punição de magistrados brasileiros.
No enredo propagado por Eduardo, o Brasil se tornou uma ditadura, o Supremo é um antro de violadores dos direitos humanos e da liberdade de expressão e Bolsonaro é 'vítima' de uma perseguição política.
Nesse contexto, ao deixar que um deputado federal eleito pelo principal estado do país continue difamando o Brasil e empesteando biografias de magistrados brasileiros no exterior, com o propósito de produzir uma intervenção do governo americano em um processo que tem o pai dele como chefe da organização criminosa, fica inevitável esse inquérito. Josias de Souza, colunista do UOL
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