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Irã adverte Israel e EUA contra qualquer ataque às suas instalações nucleares

22/05/2025 10h13

DUBAI (Reuters) - Os Estados Unidos assumirão a responsabilidade legal no caso de um ataque israelense às instalações nucleares iranianas, disse o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, nesta quinta-feira, após uma reportagem da CNN de que Israel poderia estar preparando ataques ao Irã.

Irã e EUA, o aliado mais próximo de Israel, realizarão uma quinta rodada de negociações nucleares na sexta-feira, em Roma, em meio a um profundo desacordo sobre o enriquecimento de urânio no Irã, que, segundo Washington, poderia levar ao desenvolvimento de bombas nucleares. O Irã nega tal intenção.

Citando fontes de inteligência, a CNN informou na terça-feira que não estava claro se Israel havia tomado uma decisão final sobre a ação militar e que as autoridades dos EUA discordavam sobre se os israelenses acabassem decidindo atacar.

"O Irã adverte veementemente contra qualquer aventura do regime sionista de Israel e responderá decisivamente a qualquer ameaça ou ato ilegal desse regime", disse Araqchi em uma carta endereçada ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Araqchi afirmou que o Irã veria Washington como "participante" em qualquer ataque desse tipo, e Teerã teria que adotar "medidas especiais" para proteger suas instalações e materiais nucleares se as ameaças continuarem, e a Agência Internacional de Energia Atômica, órgão fiscalizador, seria posteriormente informada sobre essas medidas.

Embora Araqchi não tenha especificado quais medidas estavam sendo consideradas, um assessor do líder supremo do Irã disse em abril que Teerã poderia suspender a cooperação com a AIEA ou transferir material enriquecido para locais seguros e não revelados.

Em uma declaração separada divulgada na quinta-feira, a elite da Guarda Revolucionária do Irã advertiu que Israel receberia uma "resposta devastadora e decisiva" se atacasse o Irã.

"Eles estão tentando nos assustar com a guerra, mas estão calculando mal, pois não têm conhecimento do poderoso apoio popular e militar que a República Islâmica pode reunir em condições de guerra", declarou o porta-voz da Guarda, Alimohammad Naini.

Um colapso das negociações entre os EUA e o Irã ou um novo acordo nuclear que não alivie as preocupações israelenses sobre o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã por meio do enriquecimento poderia motivar os ataques israelenses ao seu arqui-inimigo regional, segundo diplomatas.

Na terça-feira, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que as exigências dos EUA para que Teerã pare de refinar urânio são "excessivas e ultrajantes" e expressou dúvidas sobre o sucesso das negociações de um novo acordo nuclear.

Teerã afirma que seu programa de energia nuclear é exclusivamente para fins civis.

Irã e Israel se envolveram em trocas diretas de disparos no ano ado, em abril e outubro, aumentando o risco de conflito regional.

(Reportagem da Redação de Dubai)

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