Os utilitários esportivos conquistam cada vez mais o público brasileiro. A concorrência está acirrada, tanto que quase toda semana somos bombardeados com novos lançamentos de SUVs, que indicam a preferência por eles.
Quem possui um SUV costuma valorizar a posição mais alta de dirigir e a maior distância da carroceria em relação ao solo. Embora apresentem bons ângulos de entrada e saída, a maioria dos motoristas usam o veículo em condições que essas características nem fazem tanta diferença.
Esses modelos, por serem mais pesados, geralmente apresentam desempenho inferior e maior consumo de combustível em comparação com carros de outras categorias. Mesmo assim, o público tem mostrado disposição para aceitar esses pontos negativos em troca do prestígio e estilo de um SUV.
Mas como ainda são caros e fora do alcance de muitos consumidores, restam os modelos usados para atender a esse desejo. Na coluna desta semana selecionei alguns dos SUVs mais íveis do Brasil, considerando um limite de R$ 60 mil e idade máxima de 10 anos. Isso significa gastar cerca da metade do que custa um SUV zero-km mais barato.
Hyundai Tucson 2016
O Hyundai Tucson é um exemplo raro de carro que ficou mais de uma década no mercado com quase nenhum redesenho. Comparar um modelo 2005 com um 2019 mostra poucas diferenças, o que é vantajoso entre os usados, já que peças e manutenção tendem a ser mais íveis.
Com R$ 60 mil é possível encontrar um Tucson GLS 2016 com câmbio automático. Equipado com motor 2.0 16v flex e câmbio automático de quatro marchas, tem fama de ser pouco eficiente, portanto recomendo somente para quem roda pouco.
Ele vem com equipamentos como airbags frontais, freios ABS, controle de cruzeiro e ar-condicionado automático. O espaço interno para ocupantes e bagagem é um dos melhores que se pode ter nessa faixa de preço.
Ford EcoSport 2017
Derivado do Fiesta, o EcoSport foi um dos pioneiros entre os SUVs compactos no Brasil e manteve sua liderança por muito tempo. O modelo deixou de ser produzido quando a Ford encerrou suas operações fabris no país, em 2021.
Um dos modelos mais vendidos da marca, o EcoSport teve apenas duas gerações. A segunda, lançada em 2013, tinha tudo para ser bem sucedida, mas ficou queimada com o problemático câmbio Powershift. Com os R$ 60 mil propostos nessa coluna, recomendo somente o EcoSport com câmbio manual.
No caso, é possível pegar um SE 2017, último ano que conta com o confiável motor 1.6 16v flex, que ainda utilizava correia dentada seca. Apesar da baixa cilindrada, é um motor moderno que dá conta do peso do Eco. O espaço interno é bom, porém o porta-malas é pequeno para quem precisa de espaço para bagagem.
Renault Duster 2018
Rival direto do EcoSport, o Duster é conhecido por sua robustez e baixo custo de manutenção. Com base no Sandero, seu acabamento interno é simples, mas oferece excelente espaço para ocupantes e bagagens.
Com até R$ 60 mil, é possível considerar o modelo 2018, primeiro ano com câmbio CVT, mas a muito desse valor se for equipado com ele. Portanto, temos que considerar o Duster 2018 manual, que conta com motor 1.6 16v flex, já com corrente de comando.
Quem quiser insistir no câmbio automático, vai ter que partir para o modelo 2016, com motor 2.0 16v e câmbio de 4 marchas, mas vale lembrar que não é dos câmbios mais confiáveis do mercado.
Peugeot 2008 2017
Mais uma opção que vou recomendar com câmbio manual, mas pelo menos é com o conjunto mais divertido de todos. Com cerca de R$ 60 mil, é possível levar para casa o Peugeot 2008 com motor 1.6 turbo flex com 173 cv modelo 2017, um conjunto inusitado que poucos lembram que existiu.
Tem vários Peugeot 2008 com câmbio automático nessa faixa de preço, mas somente com o antigo câmbio de 4 marchas, pouco recomendado. Só ou a ter o mais confiável de seis marchas, depois de 2018 para as versões com motor aspirado e depois de 2020 para o motor turbo.
Obviamente, os preços dessas configurações fogem muito do proposto nessa coluna, portanto temos que ficar no turbo manual mesmo.