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CEO do Instagram: pessoas agora preferem posts privados --e isso muda tudo

Adam Mosseri, chefe do Instagram, em depoimento ao Senado dos EUA em 2021 - ELIZABETH FRANTZ/REUTERS
Adam Mosseri, chefe do Instagram, em depoimento ao Senado dos EUA em 2021 Imagem: ELIZABETH FRANTZ/REUTERS
do UOL

Márcio Padrão

Colaboração para o UOL

22/05/2025 05h30

O chefe do Instagram, Adam Mosseri, disse em entrevista ao podcast Channels que a rede social está focando cada vez mais em mensagens e compartilhamento de conteúdo de forma privada, em vez do feed público de fotos e vídeos.

O que aconteceu

Algoritmo existe para ir além das pessoas que seguimos. Ao ser questionado por que os apps de redes sociais seguiram o caminho do feed com curadoria de algoritmos, Mosseri disse é a única maneira de fazer "crescer experiências".

Mudança de paradigma: do público para o privado. Na sequência, disse que a quantidade de conteúdo público no Instagram está caindo. O motivo é que as pessoas estão preferindo compartilhar fotos e vídeos em áreas mais fechadas da rede social, como bate-papos em grupo e individuais.

Feed está mais desvalorizado. Mosseri afirmou que a atual preferência do público do Instagram ao postar fotos e vídeos é optar pelas DMs (mensagens diretas), depois stories, e, por fim, feed público.

Portanto, se a quantidade de conteúdo que você precisa classificar está diminuindo, o envolvimento do feed também estará. Só está piorando.
Adam Mosseri, chefe do Instagram

Isso afeta o engajamento geral do Instagram. Por isso, a empresa está cada vez mais focada em melhorar as experiências privadas das pessoas no aplicativo.

Além disso, as pessoas se sentem mais à vontade no privado. Mosseri afirma que nos sentimos mais confortáveis em dizer algo a alguém individualmente. E deu um exemplo: "Você pode pensar em compartilhar o feed como estar em cima do telhado, gritando algo para 100 pessoas e esperando que 20 pessoas ouçam."

É mais uma evolução da empresa na economia da atenção. Mosseri explicou que a inserção de vídeos no Facebook [empresa do mesmo grupo do Instagram, a Meta], em meados de 2014, aumentou a quantidade de tempo gasto na plataforma, mas diminuiu todo o resto: mensagens, comentários, curtidas etc. E, com isso, a receita caiu, pois aram a contar com menos anúncios por minuto de vídeo.

ado trouxe lição ao Instagram. O CEO afirmou que a experiência com o Facebook não se repetiu quando o Instagram iniciou o Reels, sua aba de vídeos verticais. "Eles são curtos e divertidos... Vou ver um comediante de stand-up fazendo algo que eu amo e vou mandar para o meu irmão porque sei que ele vai gostar", exemplificou.

Vídeos que disputam atenção no feed público são vistos no privado, rendendo monetização. "Conseguimos construir isso de uma forma muito simbiótica com o contexto público — como feed, stories e reels, que monetizamos diretamente com anúncios", disse Mosseri.

A origem do Threads

Mosseri falou como o app Threads, rival do X (ex-Twitter), surgiu. Segundo ele, mesmo que o Instagram e o Facebook tenham adquirido mais público que o X, a empresa sempre quis disputar esse cenário, porque é uma plataforma "melhor para conversas públicas". "Mesmo que não seja o maior aplicativo, há muita relevância cultural", disse o executivo.

Originalmente, o Threads foi pensado para ser aba extra no Instagram, como canais do WhatsApp. Quem demoveu Mosseri da ideia foi o presidente da Meta, Mark Zuckerberg. "Mark disse, e eu concordei com ele, que os canais não serão um lugar onde você acompanha toneladas e toneladas de pessoas culturalmente relevantes. Eles serão um lugar onde você se inscreve, em cinco ou dez com os quais mais se importa", contou. E, assim, em 2023. a Meta lançou o Threads como uma plataforma própria e separada do Instagram.

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