Brasil cria mais de 257 mil postos com carteira assinada em abril

Após abrir mais de 650 mil vagas formais de trabalho no primeiro trimestre, o Brasil abriu 257.528 postos com carteira assinada em abril, segundo dados apresentados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.
O que diz o Caged
Contratações formais superam demissões pelo quarto mês seguido. O resultado positivo de abril aconteceu com 2.282.187 issões e 2.024.659 desligamentos realizados no mês ado.
Criação de cargos celetistas foi a maior da série histórica para o mês. Desde o início do Novo Caged, em 2020, o maior saldo de contratações para o mês havia sido contabilizado no ano ado, quando foram criados 239.886 novos empregos formais, com 2.283.617 contratações e 2.043.731 demissões.
Dados do Caged apontam para o crescimento do volume de vagas. Após o número de contratações recuar de 437.111 (fevereiro) para 71.576 (março), o resultado de abril reverte a trajetória negativa. O Ministério do Trabalho atribuiu o resultado anterior à realização do Carnaval no mês de março, o que teria antecipado as contratações.
Entre janeiro e abril, o Brasil criou 922.362 novos empregos formais. O saldo positivo observado em todos os setores de atividade. Já no acumulado dos últimos 12 meses, o saldo é de 1.641.330 contratações com carteira assinada. O desempenho é pouco inferior do que o saldo observado no mesmo período do ano ado (+1.700.843 postos.
Ministro do Trabalho voltou a criticar a elevação dos juros básicos. Luiz Marinho disse não ver necessidade da decisão que elevou os juros a 14,75% ao ano, o maior patamar desde 2006. Diante do cenário, ele enalteceu o papel do governo para manter o mercado de trabalho aquecido.
Estamos fazendo quase um milagre para segurar a economia funcionando, criando e gerando novos empregos, porque, de fato, os juros estão excessivamente elevados.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho
Setores
Todos os grandes grupamentos de atividade criaram vagas em abril. Mais uma vez, o saldo positivo foi liderado pelo setor de serviços, que fechou o mês com 136.109 novos profissionais com carteira assinada. Na sequência, aparecem o comércio (+48.040 postos), a indústria (+35.068 cargos), a construção (+34.295 vagas) e a agropecuária (+4.025 contratações).
Salários
Remuneração média no momento da contratação cresceu 0,7%. Os brasileiros contratados com carteira assinada em abril firmaram contratos para receber, em média, R$ 2.251,81. O valor é R$ 15,96 maior em comparação com o mês anterior (R$ 2.235,85).
Aumento em relação a abril de 2024 supera a inflação do período. Na comparação com o período, o ganho real do salário médio de issão foi de R$ 6,62 (+0,28%). O cálculo já desconta as mudanças decorrentes da sazonalidade do mês.
O que é o Caged
O indicador mede o andamento do mercado formal de trabalho. Divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados recebe relatórios das empresas para definir a quantidade de contratações e demissões com carteira assinada no Brasil.
Informações do Caged são coletadas a partir do sistema eSocial. A ferramenta é responsável por unificar as informações de trabalhadores e empresas. A adoção extinguiu o modelo antigo para a coleta das informações e resultou na criação do Novo Caged, que traz as estatísticas do mercado formal de trabalho desde janeiro de 2020.
Caged usa metodologia diferente da Pnad Contínua, do IBGE. Ainda que ambos os indicadores tragam informações sobre o mercado formal, as divulgações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) são mais completas e definem o nível de desemprego. A base da pesquisa é o movimento do mercado dentro de um intervalo de três meses.