PF prende grupo que planejava assassinatos de ministros do STF
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira (28) cinco pessoas em uma operação contra uma quadrilha formada por civis e militares, acusada de espionar e planejar assassinatos por encomenda de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades.
A operação faz parte da investigação sobre o assassinato a tiros do advogado Roberto Zampieri em 2023, em Cuiabá, no estado de Mato Grosso.
A PF afirmou em nota que "descobriu a existência de uma organização criminosa responsável pela prática de crimes como espionagem e homicídios sob encomenda".
A polícia prendeu cinco pessoas e cumpriu seis mandados de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais.
Segundo o advogado-geral da União, Jorge Messias, a quadrilha era composta por civis e militares que cobravam até 250 mil reais para vigiar e planejar assassinatos de ministros do Supremo e outras autoridades.
"Choca pela audácia e pela insensatez. Trata-se de absurdo sem precedentes no país, alimentado por discursos de ódio de quem não tem compromisso com a democracia", afirmou em mensagem publicada no X.
Consultado pela AFP, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, disse que a investigação "é sigilosa e está em fase inicial". "Não é hora, ainda, de formular conclusões", declarou.
Senadores e deputados também estavam na mira do grupo criminoso, autodenominado "Comando C4", sigla para "Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos", informou o portal de notícias G1.
Segundo o site, os suspeitos teriam considerado o uso de perucas e também a contratação de prostitutas para atrair as potenciais vítimas.
O advogado Roberto Zampieri foi assassinado com vários tiros em dezembro de 2023, devido a uma disputa por uma propriedade rural avaliada em 100 milhões de reais, de acordo com a polícia mato-grossense.
Os juízes do STF têm sido alvo de ameaças e ataques recentes.
Em novembro, um homem morreu ao se explodir em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal em Brasília, em um ataque que, segundo as autoridades, poderia ter ligação com a tentativa de golpe de janeiro de 2023, quando milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro depredaram as sedes dos Três Poderes.
Bolsonaro está sendo julgado no STF, acusado de liderar um suposto plano golpista que, segundo a Procuradoria-Geral da República, incluía a vigilância e o assassinato do ministro Alexandre de Moraes.
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