Nvidia supera expectativas no primeiro trimestre
A gigante americana dos semicondutores Nvidia voltou a superar as expectativas ao anunciar os resultados do primeiro trimestre de seu exercício fiscal, graças, principalmente, a um impacto menor que o esperado das restrições americanas à exportação dos seus chips para a China.
As restrições, que foram anuladas em meados de maio pelo governo de Donald Trump, obrigaram o grupo californiano a assumir um encargo excepcional de US$ 4,5 bilhões (R$ 26 bilhões), abaixo dos US$ 5,5 bilhões esperados. A notícia foi bem recebida pelo mercado e a ação da empresa subia mais de 5% no After Market.
A receita da campeã das unidades de processamento gráfico (GPUs) foi de US$ 44,1 bilhões (R$ 251 bilhões) no trimestre encerrado no fim de abril, um aumento de 69% em um ano, que supera as projeções dos analistas. Já a receita dos centros de dados, principal atividade da Nvidia, ficou levemente abaixo das expectativas.
- Demanda sustentada -
O grupo antecipa que sua receita será reduzida em US$ 8 bilhões (R$ 45,5 bilhões) no segundo trimestre de seu exercício contábil diferido devido às restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos, revelou a diretora financeira, Colette Kress.
Acostumado a ver a empresa exibir taxas de crescimento incomuns por mais de dois anos, Wall Street está preocupado, trimestre após trimestre, em ver a Nvidia desacelerar.
"A demanda pela infraestrutura de IA da Nvidia é incrivelmente sustentada", assegurou o presidente da companhia de tecnologia, Jensen Huang.
Ele amenizou o impacto do fechamento do mercado chinês para a Nvidia ao lembrar os numerosos contratos assinados em outros países do mundo, especialmente em Taiwan e nos Emirados Árabes Unidos, para grandes projetos de infraestrutura de inteligência artificial (IA).
"Há um chip por trás da revolução da IA e é um Nvidia", afirmaram os analistas da Wedbush Securities.
Huang manteve um discurso otimista sobre a estratégia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apesar das restrições no mercado da China.
"O presidente Trump [...] percebe que não somos o único país na corrida", disse o executivo. "Ele quer que os Estados Unidos ganhem e entende que devemos distribuir nossos produtos no mundo."
O lucro líquido foi de US$ 18,8 bilhões (R$ 107 bilhões), uma alta de 26%, e o lucro por ação ajustado foi de US$ 0,96 (R$ 5,5), melhor do que o US$ 0,89 que indicava o consenso estabelecido pela FactSet.
tu/nth/atm/lb/am/ic/rpr
© Agence -Presse