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Dois funcionários da embaixada de Israel são mortos em Washington

Jonathan Ernst/Reuters
Imagem: Jonathan Ernst/Reuters
do UOL

Do UOL

22/05/2025 10h12

Dois funcionários da embaixada de Israel nos EUA foram mortos a tiros ontem à noite na frente do Museu Judaico, em Washington.

O suspeito, identificado como Elias Rodríguez, 30, foi detido. Um vídeo gravado por uma testemunha mostra Rodríguez gritando "Palestina livre", ao ser imobilizado por seguranças.

Segundo a polícia, Rodríguez é de Chicago e não há nenhum registro contra ele. Ainda não há informações sobre a motivação do crime nem se o suspeito tem ligações com qualquer grupo organizado.

As vítimas eram Yaron Lischinsky e Sarah Lynn Milgrim. Segundo o embaixador de Israel nos EUA, Yechiel Leiter, eles estavam noivos e iriam se casar na semana que vem.

O ataque ocorreu depois que eles deixaram um evento no museu, organizado pelo Comitê de Judeus Americanos para jovens profissionais judeus.

Na rede social Truth, Trump escreveu que "esses assassinatos horríveis em Washington, claramente motivados por antissemitismo, devem acabar, já! O ódio e o radicalismo não têm lugar nos EUA".

Israel culpa "incitação" internacional

Benjamin Netanyahu disse que a segurança de representantes e missões diplomáticas ao redor do mundo será reforçada.

"Meu coração está com as famílias do querido jovem e da querida jovem, cujas vidas foram interrompidas por um assassino antissemita hediondo", afirmou.

"Estamos testemunhando o terrível preço do antissemitismo e da incitação desenfreada contra o Estado de Israel."

O ministro das Relações Exteriores, Gideon Sa'ar, disse que o ataque é uma resposta à "incitação" contra Israel por líderes e autoridades de muitos países e organizações internacionais, especialmente da Europa.

Nesta semana, Reino Unido, França e Canadá condenaram o bloqueio israelense à Faixa de Gaza, que ou cerca de 80 dias sem receber comida nem medicamentos.

Um porta-voz da ONU estimou que 14 mil bebês correm o risco de morrer de fome no território palestino por causa do bloqueio.

Gaza recebe mantimentos após 80 dias de bloqueio israelense

A ONU afirmou que conseguiu coletar ontem os mantimentos entregues por 90 caminhões de ajuda humanitária internacional que tiveram permissão de Israel para entrar na Faixa de Gaza.

Foi o primeiro carregamento com alimentos e medicamentos a chegar ao território palestino depois de mais de 80 dias do bloqueio total pelas forças militares israelenses, que deixou a região isolada do restante do mundo.

Ontem, o governo de Israel afirmou que autorizou a entrada de mais cem caminhões.

Netanyahu justificou a medida, dizendo querer evitar uma crise humanitária para preservar a liberdade de ação do Exército israelense na Faixa de Gaza.

Um porta-voz da ONU classificou o volume de ajuda que Israel permite que entre na Faixa de Gaza como "uma gota no oceano".

Câmara aprova Orçamento no EUA

A Câmara dos Representantes aprovou nesta manhã por um voto a proposta de orçamento de Donald Trump que mantém a redução de impostos sobre os mais ricos instituída durante o seu primeiro mandato, corta verbas de programas sociais e de saúde pública e prevê o aumento dos gastos militares.

Segundo estimativas de analistas independentes, a proposta provocará um aumento do déficit público americano de US$ 3,3 trilhões na próxima década e vai elevar a dívida pública de 98% para 125% do PIB.

A perspectiva de aumento da dívida levou ontem a uma queda no valor dos títulos do governo americano e a uma retração dos mercados pelo mundo, inclusive no Brasil, onde o Ibovespa caiu mais de 1,5%.

Trump faz "emboscada" contra presidente sul-africano

Donald Trump tentou constranger o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, com alegações falsas sobre "perseguição" e "genocídio" contra brancos na África do Sul.

"Temos muitas pessoas que sentem que estão sendo perseguidas e estão vindo para os Estados Unidos", disse Trump.

O episódio, durante um encontro entre os dois líderes, ontem, na Casa Branca, foi classificado como uma "emboscada" por veículos de imprensa americanos.

O presidente americano chegou a pedir que as luzes do Salão Oval fossem apagadas para a exibição de um vídeo em que um político negro da oposição, Julius Malema, defendia a violência contra fazendeiros brancos na África do Sul.

Ramaphosa respondeu: "Nosso governo é completamente, completamente contra o que ele estava dizendo [no vídeo]". Ramaphosa itiu que a violência é um problema na África do Sul, mas disse que a grande maioria das vítimas é negra.

Rubio ite estudar sanções contra Moraes

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, confirmou ontem que o seu governo estuda sanções contra o ministro Alexandre de Moraes por supostas violações de direitos humanos.

"Está em análise neste momento e há uma grande possibilidade de acontecer." A declaração foi feita durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

As medidas podem incluir o bloqueio de bens em solo americano, o congelamento de contas e a proibição de entrada no país. Rubio é próximo a Eduardo Bolsonaro, e o Departamento de Estado já criticou a determinação por Morais da suspensão de contas de bolsonaristas de redes sociais americanas.

Segundo o colunista do UOL Jamil Chade, o governo Lula tratará uma eventual sanção contra Alexandre de Moraes como uma "ingerência externa" em temas domésticos brasileiros.
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