Câmara baixa do Congresso dos EUA aprova imposto de 3,5% sobre remessas
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou o megaprojeto de lei orçamentária do presidente Donald Trump, que inclui um imposto de 3,5% sobre remessas, em vez dos 5% planejados inicialmente.
O projeto de lei seguirá para o Senado, onde os republicanos pretendem fazer mudanças significativas que podem afetar essas transferências de dinheiro dos migrantes para suas famílias ou comunidades.
Segundo previsões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), as remessas para países da América Latina e do Caribe atingirão um recorde histórico em 2024, chegando a US$ 161 bilhões (R$ 907 bilhões). O México é o principal país de destino, com quase US$ 65 bilhões (R$ 366 bilhões).
Embora os congressistas tenham reduzido o imposto planejado de 5% para 3,5%, se aprovado, será um golpe nos bolsos dos migrantes.
O governo da presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, se opôs ao imposto, considerando-o uma "dupla tributação", uma vez que os migrantes já pagam imposto de renda.
O embaixador mexicano nos Estados Unidos, Esteban Moctezuma, reuniu-se várias vezes com congressistas americanos nos últimos dias para expressar a posição do governo.
Nesta quinta-feira, o embaixador descreveu a redução de 5% para 3,5% como "uma boa notícia".
"Este é um primeiro o importante na defesa da economia dos nossos migrantes e das suas famílias", disse o diplomata na rede social X.
As remessas são uma importante fonte de renda para milhares de famílias no México. Os estados empobrecidos de Chiapas e Guerrero, no sul, são os mais dependentes desses recursos, segundo uma análise do banco privado BBVA.
Em Chiapas, as remessas representam 15,9% do PIB do estado, e em Guerrero, 13,8%.
Segundo o Banco Mundial, os fluxos de remessas também são altos em outros países da América Latina e do Caribe. Representam mais de 15% do PIB na Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala, Haiti e Jamaica.
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