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Red Bull quer formar 'Messi em casa' com CT inovador e tecnologia inédita

O CT do RB Leipzig, na Alemanha, tem cerca de seis hectares e seis campos de futebol (quatro de grama natural e dois artificiais) - Reprodução/RB Leipzig
O CT do RB Leipzig, na Alemanha, tem cerca de seis hectares e seis campos de futebol (quatro de grama natural e dois artificiais) Imagem: Reprodução/RB Leipzig
do UOL

Do UOL, em Leizpig (ALE)*

23/05/2025 05h30

O RB Leipzig surpreendeu na Alemanha nos últimos anos com uma ascensão meteórica: fundado em 2009, o clube saiu da quinta divisão e chegou à elite do futebol alemão em apenas sete anos com o apoio da Red Bull.

Além disso, o time conseguiu conquistar duas Copas da Alemanha (2022 e 2023) e é presença constante em competições europeias. Na opinião de quem trabalha no clube, isso acontece por um projeto muito bem definido: investir em infraestrutura.

Desde o dia 1 a Red Bull não investe só em contratações de jogadores, investimos em infraestrutura, é algo que prova que é um projeto forte para construir o clube e que você pensa a longo prazo. Investimos em três bases: a Red Bull Arena [estádio que recebeu cinco jogos da Copa de 2006 e foi comprado pela Red Bull], o nosso centro de treinamento, e o terceiro pilar, que vamos inaugurar em novembro deste ano, que é um novo escritório do clube.
Johann Plenge, diretor geral do RB Leipzig, em entrevista ao UOL

'Nós não compramos Messi, queremos que ele saia daqui'

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Nkunku e Timo Werner tiveram destaques no RB Leipzig e foram negociados
Imagem: Adam Davy - EMPICS/EMPICS/PA Images via Getty Image

O projeto da Red Bull, não só na Alemanha, é bem claro: ter uma grande estrutura à disposição para poder formar grandes jogadores. O clube recusa a contratação de grandes estrelas porque a ideia do projeto é formar atletas e ter um time jovem.

Nos últimos anos, o RB Leipzig fez negócios milionários com jogadores que ganharam destaque no clube: Dani Olmo (vendido ao Barcelona por R$ 340 milhões), Dominik Szoboszlai (vendido ao Liverpool por R$ 365 milhões), Josko Gvardiol (vendido ao Manchester City por R$ 536 milhões) e Christopher Nkunku (vendido ao Chelsea por R$ 405 milhões). Não necessariamente os jogadores são revelados no Leipzig, mas a prioridade é o desenvolvimento dos mais jovens.

A filosofia da Red Bull é a mesma em todos os projetos que o clube tem de futebol. Hoje são cinco clubes espalhados pelo mundo: o RB Leipzig (Alemanha), Red Bull Bragantino (Brasil), Red Bull Salzburg (Áustria) e New York Red Bulls (Estados Unidos) e o mais recente é o RB Omiya Ardija (Japão), que subiu para a segunda divisão no ano ado e já figura para subir à elite do futebol japonês.

Fato curioso é que o time não se chama Red Bull Leipzig. O RB no nome do Leipzig significa RasenBallsport (esporte com bola no gramado). As regras da Federação Alemã de Futebol não permitem que os clubes tenham nomes de empresas, a menos que essa empresa seja acionista do clube há mais de 20 anos. O que não impede a Red Bull de cuidar de toda gestão do Leipzig.

Como formar um Messi em casa

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Campo militar para os garotos - RB Leipzig
Imagem: Flavio Latif/UOL

O CT do RB Leipzig tem vários detalhes que mostram a preocupação em formar grandes atletas. O campo onde os jovens da base treinam fica de frente para a Red Bull Arena (o estádio fica bem próximo ao CT), a ideia é que eles olhem para o estádio pensando em um dia jogar lá e representar o RB Leipzig.

O centro de treinamento também conta com um campo de treino militar exclusivo para os jovens treinarem coordenação e equilíbrio até os 15 anos.

Outro detalhe curioso é que a academia onde os juniores fazem musculação fica de frente para a academia dos profissionais. O propósito é o mesmo: que os garotos tenham o desejo de um dia figurar entre os profissionais que eles iram. Isso não acontece no Bayern de Munique, por exemplo, onde jovens e profissionais treinam em lugares separados.

A educação dos garotos também é um ponto crucial para o RB Leipzig. Um casal de professores vive no CT com suas duas filhas e são "os pais" dos garotos. Eles ajudam com conselhos, na educação e no rendimento dos alunos na escola. O clube alemão afirma que a escola avisa quando um jogador não está tendo bom rendimento, e quando isso acontece, ele é retirado dos treinos — e quem não treina, não joga.

Tecnologia inédita de R$ 2,5 milhões

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SoccerBot 360 - RB Leipzig
Imagem: Flavio Latif/UOL

O RB Leizpig preza pela atualização do CT sempre que possível. E é o único clube no mundo que tem a tecnologia Soccer Bot 360, criada por uma empresa de Leipzig, que fornece novos métodos de treinamento e melhora o desempenho individual dos jogadores.

No simulador é possível treinar situações típicas de jogo e possibilita que os mais jovens e os jogadores do time principal possam aprimorar a coordenação. Além disso, é possível fazer jogos diferentes na plataforma, o que empolgou muito jovens.

O método teve um grande apelo entre os garotos e até entre os profissionais, que também fazem treinos nele.

Infraestrutura serve para atrair os mais jovens

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Centro de treinamento do RB Leipzig tem quadra de basquete e equipamento para melhorar o sistema cognitivo
Imagem: RB Leipzig

A Red Bull acredita que o alto investimento em seu centro de treinamento seja um atrativo para os jogadores em formação e sem muito espaço em outros clubes da Alemanha.

O mesmo projeto está sendo colocado em prática no Brasil com Red Bull Bragantino: a equipe brasileira exportou o projeto do CT em Leipzig e em Salzburg para no futuro rivalizar com as principais equipes do futebol brasileiro.

* O UOL viajou para Leipzig a convite da Red Bull

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