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Bloqueios de estrada para exigir renúncia do presidente Arce se multiplicam na Bolívia

05/06/2025 17h07

Os bloqueios de estradas na Bolívia liderados por seguidores do ex-presidente Evo Morales se multiplicaram nesta quinta-feira (5), no âmbito de protestos que exigem a renúncia do presidente Luis Arce devido à crise econômica que o país atravessa, informou o governo.

Os bloqueios começaram na segunda-feira e até quarta-feira somavam cerca de vinte, mas nesta quinta-feira já "são mais de 40 pontos de bloqueio" no país, disse a vice-ministra de Comunicação e porta-voz do governo, Gabriela Alcón, em uma coletiva de imprensa.

Os bloqueios ocorrem principalmente no departamento de Cochabamba (centro), reduto de Morales. As outras regiões afetadas são La Paz, Santa Cruz (oeste), Chuquisaca (sudoeste) e Oruro (oeste).

As manifestações são para que Arce "vá embora", porque "ele não resolveu os problemas econômicos" do país, disse à imprensa local o senador Leonardo Loza, colaborador próximo do ex-presidente Morales.

A Bolívia está afundada em uma crise econômica profunda, por uma escassez de dólares e combustíveis que, como consequência, aceleraram a inflação.

Segundo a porta-voz, os manifestantes têm outras motivações, como "evitar as eleições" gerais de 17 de agosto e "impor uma candidatura inconstitucional" de Morales.

O líder cocaleiro, que governou por três mandatos entre 2006 e 2019, está impedido de participar de um novo processo eleitoral devido a uma decisão judicial que permite apenas uma reeleição presidencial.

O ex-chefe de Estado não conseguiu registrar sua candidatura no tribunal eleitoral dentro do prazo, que expirou em maio.

Nesta semana, o governo mobilizou policiais para desbloquear o trânsito de ageiros e cargas, sem resultados bem-sucedidos. Os confrontos com civis deixaram 30 policiais feridos até o momento, segundo a vice-ministra Alcón.

Os seguidores de Morales também afirmam ter feridos em suas fileiras, embora não tenham fornecido números.

O ministro da Economia, Marcelo Montenegro, afirmou nesta quinta-feira em coletiva de imprensa que, a cada dia, os bloqueios causam um prejuízo de entre 100 e 150 milhões de dólares ( entre 560 e 840 milhões de reais).

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© Agence -Presse

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