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Itaú fecha acordo com consultor, mas mantém ação contra ex-diretor financeiro

02/06/2025 18h24

Por Luciana Magalhaes e Andres Gonzalez

SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco, maior banco privado da América Latina, está encerrando uma ação judicial contra um antigo consultor contábil, mas prosseguirá com o processo contra seu ex-diretor financeiro Alexsandro Broedel Lopes, a quem o banco acusa de receber pagamentos irregulares durante o período em que trabalhou na instituição.

Segundo o Itaú, o consultor Eliseu Martins e seu ex-executivo violaram as políticas do banco ao participar da contratação e pagamento de relatórios de consultoria sem a devida transparência. Broedel é atualmente um executivo sênior do banco espanhol Santander e deve futuramente ocupar o cargo de diretor de contabilidade, segundo a instituição na Europa.

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, o Itaú confirmou ter fechado um acordo com Martins, pelo qual o consultor concordou em pagar mais R$2,5 milhões ao banco, elevando o total de recursos devolvidos para R$4 milhões. 

Documentos obtidos pela Reuters mostraram que Martins reconheceu a existência de uma "sociedade de fato" com Broedel, na qual o ex-executivo colaborava com determinados serviços de consultoria e relatórios contábeis, recebendo 40% das receitas geradas por esses serviços.

Ainda segundo os documentos, Martins afirmou não saber quem autorizava e processava os pagamentos dentro do sistema do Itaú e que não estava familiarizado com a estrutura de governança interna do banco. Ele alegou também que Broedel lhe disse que a instituição tinha conhecimento da parceria entre os dois.

O Itaú disse que "a confissão de Eliseu Martins comprova, de forma inequívoca, as apurações internas realizadas pelo banco e que embasaram a adoção das medidas judiciais cabíveis". O banco reforçou que continuará com as ações contra Broedel.

Procurado, Broedel não respondeu imediatamente a pedidos de comentário. O Santander preferiu não se manifestar.

Anteriormente, representantes de Broedel disseram que o ex-diretor nega qualquer irregularidade.

(Por Luciana Magalhaes, em São Paulo, e Andres Gonzalez, em Londres; reportagem adicional de Jesus Aguado, em Madri)

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