Cidade número 1 em qualidade de vida no Brasil teve influência russa

Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, ficou mais uma vez no topo da lista de qualidade de vida entre os 5.570 municípios brasileiros. O dado vem do IPS Brasil 2025 (Índice de Progresso Social), divulgado ontem.
A cidade alcançou pontuação de 73,6, em uma escala de 0 a 100. É o segundo ano consecutivo que Gavião lidera o ranking, que considera 57 indicadores sociais e ambientais. O índice geral do país em relação ao ano anterior teve uma leve queda (de 62,51 para 61,96), o pequeno município paulista manteve a ponta com folga, acima da média.
Cidade é nova e nasceu de assentamento rural e teve presença de russos
Município tem menos de 30 anos. Gavião Peixoto foi oficialmente emancipada em 1995, após décadas como distrito de Araraquara.
População é pequena. O município tem cerca de 4.800 habitantes, segundo estimativas recentes do IBGE.
Começou como assentamento rural. A cidade surgiu a partir de uma comunidade agrícola e teve a economia baseada na produção de laranja e cana-de-açúcar por muito tempo. Nas proximidades ainda há a usina hidrelétrica de Gavião Peixoto, da FL Energia.
Colônia russa fez parte da história. Um grupo de imigrantes russos se instalou na região fugindo da Revolução de 1917. A presença se perdeu ao longo do tempo, mas ainda há um cemitério com inscrições em russo.
Chegada da Embraer mudou o cenário. Em 2001, a cidade ganhou projeção nacional com a instalação da segunda unidade da fabricante de aeronaves. Lá são produzidos modelos como o KC-390 Millennium, Super Tucano e os caças Gripen.
Tem histórico de grandes eventos. Mesmo pequena, a cidade já recebeu artistas como Alok, Bruno & Marrone e André Valadão em comemorações locais.
Como funciona o ranking
IPS mede qualidade de vida além da renda. Diferentemente do PIB ou IDH, o IPS foca em resultados sociais e ambientais que impactam diretamente a vida das pessoas.
Pontuação é calculada com 57 indicadores. São três grandes áreas: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades.
Indicadores vão de saneamento à inclusão social. Entre os itens analisados estão segurança, o à moradia, educação básica, participação cívica e o à informação.
Ranking inclui novos dados em 2025. A edição atual trouxe novos indicadores, como consumo de ultraprocessados, resposta a benefícios previdenciários e famílias em situação de rua.
Riqueza não garante boa posição. O estudo mostra que municípios com PIB alto podem ter desempenho inferior no IPS se não investirem em políticas públicas integradas de bem-estar.
Interior paulista se destaca no ranking de maneira geral. Das 20 cidades mais bem colocadas, 14 estão em São Paulo. Entre as capitais, apenas Curitiba, Brasília e Campo Grande figuram no topo.
*Com informações de Estadão Conteúdo e de matéria publicada em 08/07/2024.