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Ibovespa recua com siderúrgicas e Azul sob holofotes

28/05/2025 11h14

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quarta-feira, com CSN e Usiminas entre as maiores quedas, mesmo após o governo federal ampliar medidas para proteger a indústria siderúrgica nacional de importações, enquanto Azul também ocupava os holofotes após a companhia aérea entrar com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.

Por volta de 11h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,34%, a 139.065,13 pontos, após três altas seguidas, tendo renovado recorde intradia na véspera, quando marcou 140.381,93 pontos no melhor momento da sessão. O volume financeiro somava R$3,38 bilhões.

No exterior, Wall Street mostrava variações modestas, com agentes financeiros aguardando os resultados da Nvidia e a ata da última decisão de política monetária do banco central dos Estados Unidos. O S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, rondava a estabilidade.

"O documento deve detalhar a decisão de manter as taxas de juros e, mais importante, fornecer as impressões das autoridades sobre a evolução da inflação e os riscos da guerra tarifária", afirmou a equipe da XP sobre a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve.

DESTAQUES

- CSN ON caía 4,44% e USIMINAS PNA cedia 3,41%, após o governo federal renovar por 12 meses o sistema que visa proteger a indústria siderúrgica nacional de importações e incluir no esquema mais quatro produtos que vinham sendo usados para contornar a tarifa de 25%. Na visão de analistas do BTG Pactual, porém, há sérias dúvidas se isso será suficiente para conter as importações. GERDAU PN mostrava declínio de 1,06%.

- AZUL PN recuava 3,74%, após a companhia aérea entrar com pedido de recuperação judicial nos EUA, encerrando meses de incerteza durante os quais enfrentou pressão contínua devido ao seu alto endividamento, apesar das tentativas de reestruturação extrajudicial. No pior momento, na abertura, os papéis foram cotados abaixo de R$1 pela primeira vez -- a R$0,94, em queda de 12,15%. GOL PN, que não faz parte do Ibovespa, subia 0,79%, revertendo as perdas da abertura.

- BRAVA ENERGIA ON avançava 3,06%, após o acionista Yellowstone solicitar a exclusão de artigos do estatuto da companhia que tratam da obrigatoriedade de realização de oferta pública de aquisição de ações (OPA) em caso de aquisição de participação relevante. A "poison pill" busca evitar ofertas hostis. O Yellowstone possui 5,3% do capital social da Brava. A movimentação dos papéis também tinha de pano de fundo a alta do petróleo no exterior.

- BRASKEM PNA subia 1,22%, retomando o viés positivo dos últimos pregões após ajuste negativo na véspera, com agentes financeiros ainda especulando sobre os potenciais desdobramentos da oferta do empresário Nelson Tanure, conhecida na última sexta-feira, para assumir o controle na petroquímica com a aquisição da participação da Novonor na empresa. Na véspera, Fitch e S&P cortaram a nota de crédito da Braskem.

- MAGAZINE LUIZA ON tinha elevação de 1,71% após anunciar programa de recompra de até 10 milhões de ações em 18 meses.

- VALE ON caía 0,63%, acompanhando os futuros do minério de ferro, que caíram pela quarta sessão consecutiva nesta quarta-feira na China, pressionados pela desaceleração da produção de aço na segunda maior economia do mundo. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 0,14%, a 698,5 iuans (US$97,14) a tonelada.

- PETROBRAS PN tinha variação positiva de 0,16%, enquanto PETROBRAS ON registrava declínio de 0,47%, mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent tinha elevação de 1,36%. No setor, PRIO ON valorizava-se 0,71% e PETRORECONCAVO ON subia 0,69%.

- ITAÚ UNIBANCO PN recuava 0,52%, em dia misto no setor no Ibovespa, com BANCO DO BRASIL ON em queda de 1,26% e SANTANDER BRASIL UNIT caindo 0,66%, enquanto BRADESCO PN subia 0,69%, tendo no radar relatório do Citi, que elevou a recomendação das ações para compra e o preço-alvo de R$13,60 para R$19,50. BTG PACTUAL UNIT avançava 0,32% após acertar a compra de cerca de R$1,5 bilhão em ativos do controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro.

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