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Campeão de vendas? Como saber se um carro só faz sucesso entre as locadoras

do UOL

Colunista do UOL

25/05/2025 12h00

Quem já se aventurou a procurar um carro usado, sabe que está cada vez mais difícil conseguir um bom veículo que tenha sido sempre de uma pessoa física, ou seja, aqueles que foram vendidos no varejo quando novos. As lojas e concessionárias estão lotadas de automóveis que foram comercializados na modalidade de venda direta, em sua maioria usado por locadoras.

Quando busco um carro usado para um cliente, avalio a procedência e a facilidade de encontrar unidades bem conservadas. E há uma enorme diferença entre um veículo que foi majoritariamente vendido para pessoas físicas e outro que foi adquirido em massa por locadoras.

As vendas diretas — aquelas feitas diretamente pelas montadoras para empresas — têm como principais clientes justamente as locadoras. E sabemos bem como são usados esses carros: cada dia nas mãos de um motorista diferente, abastecidos com combustível de qualquer qualidade, com manutenções que nem sempre seguem os padrões ideais. Ou seja, quem quer fugir de carro de locadora precisa estar atento.

Por isso, neste conteúdo, mostro como você pode verificar, sozinho, a proporção de vendas diretas e vendas no varejo de qualquer modelo. Isso vai ajudar — e muito — quem está em busca de um bom carro usado.

Vamos ao o a o. e o site da Fenabrave. Lá, vá em índices e números e clique em emplacamentos. Você poderá ver os dados mês a mês, inclusive de anos anteriores. Digamos que esteja buscando um carro 2016 — selecione o ano e veja a proporção entre vendas diretas e varejo daquele modelo.

Voltemos a abril de 2025. No ranking geral, o Volkswagen Polo aparece como líder, com 10.900 unidades. Mas no recorte por tipo de venda, o Honda HR-V assume o protagonismo. Em abril, foram 4.340 unidades vendidas no varejo contra 919 na venda direta — ou seja, 82,5% das vendas do HR-V foram para pessoas físicas. Um ótimo sinal para quem busca um usado de boa procedência.

Para comparar, o Volkswagen T-Cross, por exemplo, teve números bem equilibrados: 3.907 no varejo e 4.207 na venda direta — ou seja, praticamente metade das unidades foi para locadoras.

E no outro extremo temos o Fiat Mobi. Foram apenas 253 unidades no varejo contra impressionantes 5.917 na venda direta. Isso representa só 4,1% de vendas no varejo. Ou seja, quem procurar um Mobi usado de particular vai ter trabalho — e eu mesmo costumo recusar esse tipo de busca quando um cliente me pede.

Essa análise é útil para diversos modelos. Quer saber se vale a pena buscar um City, um Tracker, ou até um BMW X1 usado? Consulte esses dados. Se a maior parte das vendas tiver sido para o varejo, suas chances de encontrar um bom exemplar aumentam.

Eu faço esse tipo de pesquisa com frequência. E, dependendo do resultado, nem aceito o trabalho. Um exemplo: se hoje me pedirem para encontrar um Fiat Mobi usado em bom estado, minha resposta será sincera — vai ser difícil.

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