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Estados Unidos formalizam suspensão de sanções à Síria

24/05/2025 09h03

Estados Unidos formalizam suspensão de sanções à Síria - Governo de Donald Trump se reaproxima da Síria, meses após a queda do ditador Bashar al-Assad, e dá sinal verde para que empresas voltem a investir no país, devastado após 14 anos de guerra civil.O governo americano formalizou na sexta-feira (23/05) a suspensão das sanções contra a Síria, anunciadas pelo presidente Donald Trump durante sua visita à Arábia Saudita e outros países do Golfo, na semana ada.

"O Departamento do Tesouro e o Departamento de Estado estão implementando autorizações para incentivar novos investimentos na Síria", informou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em comunicado.

O presidente Donald Trump surpreendeu o mundo ao manifestar seu interesse em se reaproximar da Síria. Durante sua viagem ao Oriente Médio, apertou a mão de Ahmed al Sharaa, ex-jihadista que derrubou o governo de Bashar al-Assad, em dezembro, e chamou as sanções contra a Síria de "brutais e incapacitantes"

A Síria deve "continuar a trabalhar para se tornar um país estável e pacífico, e esperamos que as medidas tomadas hoje coloquem o país no caminho de um futuro brilhante, próspero e estável", disse Bessent.

Em contrapartida, o novo governo sírio não pode oferecer refúgio para organizações terroristas e deve garantir a segurança de minorias religiosas e étnicas, informou o Tesouro americano.

O Secretário de Estado, Marco Rubio, disse que a suspensão das sanções dos Estados Unidos deve permitir "investimentos que promovam a estabilidade e avancem os esforços de recuperação e reconstrução da Síria".

A medida deve ter um impacto sobre "o fornecimento de eletricidade, energia, água e saneamento, e permitirá uma resposta humanitária mais eficaz em toda a Síria", de acordo com Washington.

"A República Árabe da Síria saúda a decisão do governo americano de suspender as sanções impostas à Síria e ao seu povo por longos anos", disse um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do país.

Reconstrução da Síria

O Departamento de Estado americano suspendeu ainda sanções a países aliados que prestem ajuda à Síria, um sinal verde para que empresas façam negócios no país.

A autorização abrange novos investimentos, a prestação de serviços financeiros e transações em produtos petrolíferos sírios.

A medida também permite a realização de negócios com o novo governo sírio e com entidades anteriormente bloqueadas.

Washington impôs amplas restrições às transações financeiras com a Síria durante a guerra civil de 14 anos no país e deixou claro que usaria as sanções para punir qualquer pessoa envolvida na reconstrução do país enquanto Assad permanecesse no poder. A guerra civil matou mais de meio milhão de pessoas e destruiu grande parte da infraestrutura do país.

Após uma campanha liderada por islamistas, que derrubou Assad em dezembro no ano ado, o novo governo sírio procurou reconstruir relações com os governos ocidentais e reverter as sanções, mas alguns governos expressaram relutância, apontando para o ado islâmico das principais figuras do novo governo. O próprio Sharaa já foi considerado "terrorista" por Washington, que ofereceu uma recompensa de 10 milhões de dólares por sua cabeça.

As sanções dos EUA foram impostas pela primeira vez à Síria em 1979, durante o governo do pai de Bashar al-Assad, Hafez. Elas foram ampliadas após a sangrenta repressão dos protestos contra o governo em 2011, que desencadeou a guerra civil no país.

A União Europeia já havia anunciado a suspenção de suas sanções contra a Síria no início de maio.

O Ministro das Finanças sírio, Mohammed Barnieh, disse que a nova política dos EUA e Europa ajudará na reconstrução e modernização da infraestrutura do país e "abrirá as portas para o retorno dos investimentos".

Analistas afirmam que o fim total das sanções ainda pode levar algum tempo, pois algumas restrições dos EUA são atos que precisam ser revertidos pelo Congresso, enquanto as autoridades sírias precisam garantir um ambiente atraente para o investimento estrangeiro.

sf (AFP, Reuters)

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