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Essa foto de Sebastião Salgado ajudou a definir a era moderna; veja

do UOL

De Splash, em São Paulo

23/05/2025 13h45

O fotógrafo mineiro Sebastião Salgado, que morreu na França aos 81 anos, integra a lista do The New York Times de 25 imagens que definiram a modernidade desde 1955.

A foto Serra Pelada, tirada durante expedição do fotógrafo por garimpos do estado do Pará em 1986, aparece junto a imagens como a do monge Thich Quang Ð'c, que ateou fogo em si mesmo em um protesto, de Malcolm Browne, e a icônica imagem de Che Guevara de Alberto Korda, que viria a estampar camisetas ao redor do mundo.

"Um dos aspectos mais marcantes das fotografias de Sebastião Salgado de uma mina de ouro a céu aberto no Brasil é a escala", lê-se na publicação do NYT de 2024.

Veja abaixo:

Foto Serra Pelada, tirada por Sebastião Salgado em 1986 - Reprodução/Sebastião Salgado/The New York Times - Reprodução/Sebastião Salgado/The New York Times
Foto Serra Pelada, tirada por Sebastião Salgado em 1986
Imagem: Reprodução/Sebastião Salgado/The New York Times

"Vários milhares de homens - os seus corpos curvados e frágeis - são transformados em miniatura contra o pano de fundo de um enorme buraco na terra."

Os críticos destacam, ainda, que o horizonte da serra não foi privilegiado na imagem: o recorte para trabalhadores na mina é o que garante o seu impacto.

Ao ser publicada no The New York Times em 1987, a foto chamou a atenção do mundo para a situação do garimpo e do trabalho exploratório na busca por ouro em terras brasileiras, que persistia ainda no século 20.

Rebatendo os comentários de que suas fotos promoveriam uma espécie de "estética da miséria", Sebastião Salgado respondeu ao mesmo jornal na época:

Vim do terceiro mundo. Quando nasci, o Brasil era um país em desenvolvimento. As fotos que tirei, tirei do meu lado, do meu mundo, de onde venho. A falha que meus críticos têm, eu não tenho. É o sentimento de culpa.
Sebastião Salgado ao NYT

A foto data de 1986, quando o fotógrafo brasileiro conseguiu autorização do governo militar para realizar registros das atividades em torno da mina - descoberta em 1979, na região da Amazônia paraense, na atual cidade de Curionópolis -, onde milhares de trabalhadores competiam para extrair grandes quantidades de ouro.

Morte

A informação da morte foi divulgada pelo Instituto Terra, fundada pelo fotógrafo mineiro:

Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições. Nosso eterno Tião, presente! Hoje e sempre.

Ele morava com a mulher e o filho, Rodrigo Salgado, em um apartamento em Paris, capital da França.

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